Evento no Hospital Unimed Bauru discute avanços no diagnóstico do câncer de colo do útero

04/07/2025

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As novas diretrizes para o rastreamento do câncer do colo do útero foram tema central de uma palestra realizada no último dia 26 de junho, no auditório do Centro de Estudos do Hospital Unimed Bauru (Cehub). Com presença significativa de público — cerca de 45 participantes — o evento foi promovido pelo Laboratório Genun, em parceria com o Cehub, e marcou o pontapé inicial de uma campanha de divulgação que pretende levar à população informações claras e atualizadas sobre o novo protocolo adotado no Brasil.

A palestra foi conduzida pelo biomédico Marco Antônio Zonta, doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Unifesp, pós-doutor em Infectologia pela mesma instituição, e pesquisador associado da Unifesp, Instituto Butantan e Euroimmun Academy (Alemanha). Zonta também integra o Novacyt - Conseil Scientifique (Paris-França) e lidera o grupo de pesquisa “Oncologia Molecular, doenças infecciosas e infecções sexualmente transmissíveis”.

Durante o evento, ele abordou as mudanças no protocolo de rastreamento do câncer de colo do útero, que passou a vigorar no Brasil em novembro de 2024. A principal novidade é a substituição do tradicional exame Papanicolau pelo teste molecular de PCR para HPV, considerado um avanço significativo na detecção precoce da doença.

Segundo a farmacêutica-bioquímica Lívia Nardi Lopes, responsável técnica pelo Laboratório Genun (da Unimed Bauru) e coordenadora da palestra, o novo teste permite identificar a presença do HPV antes mesmo que ocorram alterações celulares. “Diferentemente da citologia, que detecta alterações já existentes, o teste molecular consegue identificar o risco de um tumor com anos de antecedência, tornando o acompanhamento mais seguro e eficaz para as mulheres”, destacou.

Em breve, a Unimed Bauru deve avançar na divulgação dessa nova diretriz, levando informações também aos seus beneficiários, como forma de conscientizá-los da importância do diagnóstico precoce. “A coleta do material para análise não muda. A principal diferença está na forma como ele será analisado. Enquanto o Papanicolau identifica alterações nas células que já foram afetadas pelo vírus, o teste de DNA-HPV utiliza a tecnologia de biologia molecular para detectar diretamente a presença do vírus, mesmo antes que qualquer alteração celular ocorra. Além disso, o exame consegue identificar quais dos 14 tipos de HPV de alto risco estão presentes na amostra — um dado essencial para definir o risco real de desenvolvimento do câncer”, explica Lívia.